25 de set. de 2011

Sensações ao extremo: fazendo escolhas

Quando comprei meu Rock in Rio Card, em dezembro de 2010, eu não fazia muita ideia do que isso significava. Além de, é claro, significar R$ 120 de prejú no cartão e outros tantos centos em passagens aéreas, comida e pequenas despesas. Eu não sabia como ia pagar isso tudo, mas comprei a entrada.

Não era um Rock in Rio qualquer: o Metallica ia se apresentar. E ainda vai. Daqui a poucas horas. 

Outros tantos mil brasileiros e infiltrados, cambistas e vovós metidas a truezonas estarão lá. Menos eu, que estarei na Finlândia, aguentando meu marido tocar Iron Maiden. Ele é um excelente guitarrista. Um dos melhores que já vi. Mas Iron Maiden é um pouco de descaso com meu sofrimento.

Mermão, que caos! Diabo de Iron Maiden! Deixei minha família e meus amigos do outro lado do oceano, todos devidamente em-pê-te-cidos comigo porque escolhi vir pra esse rumo. E porque não estariam? Eu mesma nem sei explicar as motivações que culminam nas minhas escolhas, só sei que o Iron Maiden tá me dando nos nervos.

De dezembro até poucas semanas antes de eu saber que viria pra cá, eu esperava o dia 25 de setembro de 2011 como um fanático que espera Jesus Cristo aparecer na Terra. E agora que este dia chegou, caí numa teia mental de pequenas realizações cognitivas, a famosa ficha acaba de descer os últimos dutos da minha consciência, como um gole seco.

E respondendo a pergunta da geral: a vida por aqui vai começar amanhã, 26 de setembro.

18 de set. de 2011

Um domingo luterano

Eis que finalmente me encontro aqui na terra nórdica, tentando acabar com a procastinação da vida em seus vários círculos interativos. As coisas ainda não se colocaram nos seus devidos lugares, até porque nem sei ainda a quais devidos lugares pertencem minhas coisas.

Então, vamos falar sobre a Finlândia. Quando a coragem aparecer - espero que pelo menos uma vez por semana - vou escrever aqui coisas sobre a vida prática e controversa neste território pantanoso do extremo norte.

Ok, acho que posso começar. 

Fiquei sabendo que a maoria do pessoal aqui na Finlândia é da religião luterana. Lembrei das aulas de história no ensino médio, quando religiões e ideologias de épocas distintas eram postas pelos professores numa espécie de time-line preguiçosa, onde você só aprendia que depois do ano tal o povo se revolta e funda ideia tal. 

Era um domingo de manhã. Tudo ensolarado, grama verdinha, folhas vermelhas e amarelas caindo no chão - ah é a primeira vez que experiencio um outono propriamente dito. Daí, decidi que não custava nada da uma olhada despretenciosa na missa que celebram na igreja aqui perto de casa. (Moro na cidade de Jyväskylä, quase 300km da capital Helsinki).

A despretenção transformou-se num entusiasmo esquisito, mas sem afetar meu ceticismo. Começando pela disposição arquitetônica do edifício que abriga as cerimônias, pude notar que algo interessante ia se passar lá dentro. 

Frente da igrejinha.

Se não fosse pela cruz, eu não identificaria como uma igreja. Tem vários prédios nesse estilo por toda a cidade. Na frente, tem um painel com os horários das missas e outras atividades sociais desenvolvidas pela igreja.

O interior da igreja parece meticulosamente elaborado para dar impressões celestiais aos participantes da celebração. Sombras e luzes bem distribuídas por todo o salão principal (não sei direito o nome), dando um ar de contemporainedade ao ambiente semi-circular.


Visão geral do salão principal.

O altar é rodeado por uma espécie de "cerca" (amigos arquitetos, perdoem a falta de terminologia técnica) e pequenos bancos de madeira acochoados para que os participantes do culto possa ajoelhar-se ao receber a hóstia.

O altar.
Agora a missa me surpreendeu. Sendo sincera, mas com toto respeito, as missas de domingo que assisti pelas igrejas católicas fora demasiadamente monótonas e eu temia que a atmosfera cansativa e nefasta, típica de missas de domingo se repetisse. Doce engano.

Pra começar, a maioria da missa foi cantada. Muito bem cantada, por um coral. Vozes perfeitas, afinadíssimas e divinamente regidas por um maestro ilustravam as notas soadas por um órgão também tocado perfeitamente. Já vi apresentações de corais antes, mas nunca como aquele. Passei a cerimônia inteira boqueaberta. 

Cancioneiro.
Ao entrarmos na igreja, somos recepcionados pelos sacerdotes e recebemos a bíblia deles, que mais parece um cancioneiro para leitores avançados. É através do livro que podemos acompanhar a missa. As páginas são previamente escolhidas pelos sacerdotes e os números são expostos em painéis disponíveis nas paredes à frente do público.
Páginas do cancioneiro.
Outra diferença - acredito que mais marcante - em relação à missa católica, é que esta missa luterana foi celebrada por uma mulher. Até comentei com algumas pessoas que eu nunca tinha presenciado tal coisa e me disseram que aqui é muito comum que mulheres celebrem as missas. Ainda existem padres/sacerdotes mais conservadores que são contra, mas é extremamente arriscado defender uma postura assim numa sociedade como a finandesa. E assim, os opressores viram simples orpimidos.

Mas continuando...
Depois da missa tem um "comes e bebes" no salão de convivências, simples porém muito bom. Geralmente café, leite e uns pães e bolos que tem gosto de festa de natal. Quando lembrei que deveria fotografar, já tinha comido e bebdido tudo. Deixa pra próxima!

Salão de convivências. Povo do coral brocando à esquerda.
Eu gostaria de ter filmado e fotografado a cermônia, pra oferecer mais detalhes aqui. Mas achei que seria um pouco desrespeitoso, além de eu ser novata - ia pegar demasiadamente mal. Assim, esperei até o término da missa pra poder fotografar algumas coisas.

Tenho um material preparado aqui sobre "procedimentos de chegada" na Finlândia. Além disso, tem várias curiosidades e outros caos que eu vou escrever aqui futuramente.

Total caos pra todos vocês!

17 de set. de 2011

Mapeando leitores violentos do G1

Fonte: Reprodução G1.

O mapa indicará também relatos de crimes feitos por você leitor. Entende? Não é porque você é um leitor do G1 que seus crimes não devem ser indicados no mapa disponível nesta notícia.