27 de mai. de 2012

O mercado das pulgas

Por mais preconceituoso que o nome possa parecer, a ideia dos "Mercados das Pulgas" aqui na Finlândia é bastante democrática e amplamente aceita em todos os segmentos da sociedade.  


Conhecidos em outros países como Flea Market, Second-Hand Shop, Bazar ou Brechó, são centros de venda de coisas usadas, semi-usadas, quase-nunca-usadas, semi-novas e, de vez em quando, até novas. 

Aqui o nome Kirpputori (kirppu= pulga; tori=mercado) não é, como no Brasil, sinônimo de "de qual defunto isso veio mesmo?" ou "vendemos lixo". Nem tampouco sinônimo de "coisas velhas de madame, vendidas por 18x mais caras que o preço original". Os Kipputori são também conhecidos como centro de reciclagem, pois além revender roupas e demais objetos usados reaproveitam materiais que antes seriam descartados (garrafas plásticas, sacolas, embalagens de café, retalhos de tecidos, etc.)

São lugares onde se encontra de tudo. Quando digo tudo, me refiro a tudo mesmo! Roupas, calçados, chocolate, coleira pro cachorro, chicotes e algemas (pros que essa vertente de "atividade a dois"), livros,  utensílios domésticos, eletro-eletrônicos, portas, janelas, sofás e por aí vai. A vantagem? Os preços. Peças que originalmente saíram por 40€ lá estão a 0,20€, 1€, 4€ e, se for algo muito raro e antigo, pode chegar a até 120€. Mas não acho que lustres de cristais estão mais em alta.

Chicotadas em oferta: só 1€!
Com as peças do mercado é possível mobiliar uma casa inteira com menos de 200€ e ainda enfrufruzar o lar com as mais variadas peças de decoração.

E se você não encontrar o que precisa (o que é raro; na maioria das vezes você encontra e compra até o que não precisa), basta andar alguns blocos e entrar no próximo Kirpputori. Só aqui na cidade de Jyväskylä (Finlândia Central) tive a oportunidade de conhecer seis mercados, dentre os quais existem três dos quais me tornei cliente cativa.

Copos iittala: não retire a etiqueta, se não perde a realeza. 

Mas como foi dito anteriormente, o mais interessante do Kirpputori é o fato de que todos os tipos de pessoa o frequentam. Engana-se quem pensou que é um lugar pra mulheres, vovós e imigrantes brasileiras sem muito capital financeiro pra torrar. Lá já vi de garotos metalhead, punks, e professores universitários até vovôs esportistas, papais de primeira viagem e estudantes secundarista. Posso até arriscar dizer que o número de clientes homens é igual ao número de cliente mulheres.

Só não ia sair por aí tirando fotos não autorizadas das pessoas, porque aqui algumas são meio hostis quanto a isso.
Além da variedade incrível de coisas, o Kirpputori não permanece o mesmo por mais de uma semana. Como são produtos muito baratos e como recebe muitas doações, o mercado está em constante renovação. Então, caso você goste ou realmente precise de alguma coisa, compre imediatamente ou nunca mais a veja!







Gostou? Então aproveite aqui a galeria completa com 106 fotos

20 de mai. de 2012

Chegou um cartão postal!

Na verdade chegaram vários. Desde que me cadastrei há alguns meses no Postcrossing, já recebi cartões postais de vários pedacinhos de mundo (veja aqui minha galeria de cartões). Cada cartão trouxe consigo mundos ainda mais peculiares, que só podiam ter sido mostrado por alguém que de lá faz parte. E olhe que foi por causa do site que eu mandei meu primeiro postal!

Coisa dos portugueses Ana e Paulo Magalhães, a ideia do site é muito simples: envie e receba um cartão de alguém - de algum lugar randômico no mundo. Além disso, você pode enviar cartões diretamente para usuários que aceitam "troca direta"(direct swap). Depois do cadastro, você cria um perfil com informações básicas, como por exemplo, que tipos de cartão você gosta de receber. 

Atualmente  são mais de 300 mil pessoas envolvidas com o Postcrossing, vindas de mais de 200 países - e esses números vêm crescendo.

Alguns dos postais que já recebi.
E é uma sensação maravilhosa chegar em casa depois daquele dia caótico e encontrar um postal vindo de uma cidade com aquele nome que seus conhecimentos linguísticos não te permitem pronunciar. Aí você fica sabendo que a tal cidade tem um museu interessantíssimo que você já viu na TV não sei quantos anos atrás. E a pessoa que te mandou o cartão também é louca por gatos, música, artesanato e por ai vai. 

Aí pronto. Existe caos mais pleno de sentido que esse? 

Quase prontos pra enviar.
Todos os meses envio os 7 cartões aos quais tenho direito de enviar (esse número aumenta em +1 a cada 50 cartões que você envia); e sair pela cidade em busca de postais virou quase um vício. 

E se você é que nem eu, já deve ter ido atrás de saber mais sobre, acertei? :) Por algum motivo, o site ainda não me indicou para cartões vindos do hemisfério sul. Então, você da minha terra, português ou hispano hablante, aceito direct swaps! Meu perfil aqui.

Agora vou ali terminar de escrever os postais. Happy postcrossing pra quem fica!  

17 de mai. de 2012

Para aprender alemão: #comofiz

Durante os últimos seis meses notei aqui no blog uma avalanche de perguntas no post Missão OnDaf. Fico muito feliz em perceber o aumento do interesse pelo idioma no Brasil. Acho que isso se traduz em expansão de nossos horizontes e nos fortalece culturalmente. 

Saí do Brasil no ano passado e hoje moro no meio da Finlândia. Um dia desses percebi que meu alemão já tava ganz weg gegangen e criei vergonha na cara pra estudar de novo. Conheci um casal de alemães que moram aqui no prédio e tenho ido atentar eles umas  4 vezes por semana. Aos poucos tenho lembrado das coisas. Leio e entendo coisas de B2 e C1,  mas acho que hoje meu nível de fala caiu pro A2. Pelo amor de Odin, não façam como eu! Estudem, aprendam e USEM o alemão! É muito vergonhoso deixar a coisa morrer depois de tanto esforço.

Agora o negócio tem sido um pouco mais caótico pra se correr atrás do prejuízo, porque ao mesmo tempo estou aprendendo finlandês; e por algum motivo perdido na história da evolução humana, o finladês consegue ser mais cheio de frú-frús que o alemão. Aqui são 15 casos de declinação. Isso, agorra morra de felicidade com os 4 casos do alemão, porque você merece!

Mas sim, deixe-me ir direto ao ponto. O material que enviei pro pessoal é o Mit Erfolg Zum Zertifikat, que pode ser encontrado pra download em vários sites (veja aqui). 

Também me apoei muito nas explicações do blog Quero Aprender Alemão, nas mp3 do Michel Thomas, nos livros Themen Aktuell e, no comecinho, no Live Mocha. Além disso, enchi a casa com etiquetas. Colei em quase todas os objetos as palavras em alemão e todos os dias fazia uma lista com aqueles que eu achava mais difícil de decorar.

E pra fixar vocabulário, o melhor programinha que já achei é o Anki. Nele você pode criar seus próprios flashcards com texto, links e imagens, além de poder baixar decks que já vem prontos. 

No Pauker eu achava as melhores traduções alemão-português e também usava e abusava do site da Deutsche Welle, que hoje em dia está mil vezes melhor!

Basicamente foi assim que fiz, Leute. Se eu lembrar de mais algo, vou atualizando o post. Qualquer dúvida, já sabem, é só comentar!

Küss e bons estudos!